Que se deve fazer perante ao perigo de própria morte para salvar um homem reconhecidamente malvado? Segundo o ensinamento do Senhor Jesus, amai ao próximo como a si mesmo, Deus deseja que todos reconheçam a filiação divina, filhos do mesmo Pai. Considerando que todos somos filhos do mesmo Pai, sendo, portanto, irmãos entre si, devemos fazer todo o possível para salvar aquele que estiver em perigo de morte. Mesmo que para isso exponha a própria vida, ainda assim deve-se empenhar para salvá-lo.
Não se deve desprezar a ninguém. Devemos fazer todo o esforço para compreender o malvado que está entre nós. Deus permite que tenhamos convivência harmoniosa com o malvado, sobretudo, procurando entender a razão dele estar ao nosso lado. Certamente, Deus o colocou para que fizéssemos profundas reflexões, principalmente observando os pontos negativos e aprendendo que o mundo que nos rodeia é projeção do pensamento. Assim, o malfeitor é o reflexo de nossas próprias qualidades negativas que, de alguma forma, carregamos na alma.
Esquecendo-se as diferenças de conceitos, deve-se empenhar para salvar, não importando quem seja o que estiver em perigo. No momento que antecede a morte, perante um grande perigo, a alma do malfeitor o expõe a profunda reflexão acerca de suas façanhas, seus feitos e provável arrependimento. A morte o faz refletir sobre a vida recém-encerrada, que, na verdade, descortina-se diante de si, desenrolando-se como um filme em movimento.
Caso tenha morte repentina, deixando o corpo antes do tempo previsto, retorna-se precipitadamente ao Mundo Espiritual. Pela necessidade de aperfeiçoamento da alma, na abençoada escola Terra, encontra os instrumentos suficientes ao aprendizado com as experiências das lições. Entretanto, o retorno ao Mundo Espiritual antes do prazo significa que importantes pendências foram deixadas para outra oportunidade. Assim, torna-se bastante difícil nova reencarnação, dificultando, sobremaneira, o retorno aos estudos de aprimoramento da alma na Terra. E com o passar dos tempos, as dificuldades aumentam ainda mais.
Deve-se fazer todo o ´possível para salvar um homem de grave perigo, mesmo sendo ele um reconhecido malfeitor. O retorno precipitado, antes do tempo, ao Mundo Espiritual, vai dificultar em muito o processo de reencarnação em um novo corpo carnal. Assim, até mesmo nos condenados não se deve impor a pena de morte, porquanto, aos olhos de Deus, até o malfeitor merece repetidas oportunidades de regeneração. Considerando a vontade de Deus, o Espírita favorecido pelo conhecimento das verdades de Deus, ainda mais deve contribuir para que a vida, de qualquer homem, seja preservada conforme o destino previsto pela Misericórdia.
Todos os homens se encontram a caminho da redenção. Não importa quanto tempo leve, a alma, infalivelmente, alcançará o despertar espiritual, evoluindo aceleradamente para níveis cada vez mais iluminados e elevados. Um dia, o malfeitor estará ao lado daquele que o favoreceu, reconhecendo a necessidade de retribuir o benefício recebido, esquecido no profundo da alma.
Ao prestar ajuda a um desfavorecido, na verdade, estamos colaborando com o Senhor Jesus. Qualquer benefício realizado ao bem do próximo, principalmente expondo a própria vida ao perigo, será levado em consideração, porquanto, tudo permanece registrado eternamente na alma. E Deus que tudo sabe, vai levar em conta a virtude do coração. Todo o bem praticado em benefício do próximo é virtude que angariamos no coração, e na eternidade da vida estaremos sendo igualmente beneficiados com as bênçãos de Deus.